AveirÍlhavo - um espaço, uma comunidade _ que futuro?

1.

Aveiro e Ílhavo, apesar de terem origens, passados e vidas diferentes, têm vindo a reforçar-se como uma "comunidade urbana" que partilha interesses comuns.

O processo de aproximação não tem sido nem pensado, nem programado. Resulta, apenas, de dinâmicas associadas à simples ocorrência de acontecimentos inesperados, ou à natural evolução das especificidades dos sítios, ou, ainda, à concretização de projectos nos quais, comummente, não se vislumbra um desígnio, um pensamento ou uma visão integrada e integradora do "eixo", que Aveiro e Ílhavo constituem.

Complementarmente, quer a velocidade e abrangência de tais dinâmicas, quer a sustentabilidade dos resultados, têm sido fortemente condicionadas pela ausência desse propósito, pensamento e visão estratégicos.

Finalmente, a segmentação do conhecimento disponível, a reduzida divulgação dos saberes instalados, a tipologia dos processos e tempos das tomadas de decisão, limitam seriamente a capacidade para transformar este espaço de modo inovador.

Ora, sendo este o quadro no qual AveirÍlhavo se vem constituindo, parece óbvio que se estão a perder oportunidades e a suscitar problemas à comunidade urbana emergente.

2.

A consolidação de uma comunidade urbana AveirÍlhavo será, também, um contributo decisivo para o desenvolvimento de uma outra "constelação urbana" de maiores dimensões e, seguramente, mais rica: a Cidade polinucleada do sul da Região de Aveiro.

Parece, no entanto, que um qualquer desígnio de articular estrategicamente este outro conjunto de "espaços" pressupõe, antes do mais, a instituição do referido eixo AveirÍlhavo.

3.

Os novos investimentos previstos para este território – AveirÍlhavo -, os decisores recentemente eleitos e as instâncias de transformação recentemente constituídas podem gerar, em conjunto com o que já existe, oportunidades raras de integração, desenvolvimento e qualificação de dinâmicas e projectos instalados ou a instalar.

O novo Parque de Ciência e Inovação; Os Centros de Investigação da Universidade de Aveiro e das Empresas; A nova Fundação da Universidade de Aveiro.

A nova Estação de Aveiro da Linha de Alta Velocidade (TGV); O novo Parque da Sustentabilidade; O novo Centro da Cidade em Ílhavo; O novo Campus da Justiça; As novas responsabilidades municipais na Educação e na Rede de Escolas; O novo Acesso Ferroviário ao Porto de Aveiro.

Os velhos Museu de Aveiro e Museu Marítimo de Ílhavo; O novo Curso de Medicina e a sua articulação com a Rede Hospitalar e de Centros de Saúde; O velho Teatro Aveirense; O velho Centro Cultural de Ílhavo; A velha Filarmónica.

Os novos Canais Municipais; A velha Ria; O novo POLIS da Ria; O novo Plano Regional.

O velho comércio e os novos desafios e oportunidades comerciais.

O novo Reitor da UA; Os Autarcas; Os responsáveis por Hospitais, por Centros e Unidades de Saúde, pela Justiça e pela Segurança Social; os Directores dos Agrupamentos e das Escolas, os Directores e Direcções Regionais e os Deputados.

Enfim, novos e velhos actores são convidados a pensar, debater e projectar velhos desafios e novas oportunidades e a equacionar que exigências e reptos querem enfrentar.

Nós, - os Cidadãos que queremos ser sempre -, dispomo-nos a ser mais exigentes e participantes na construção da cidade amiga, aprazível, eficaz e sustentável.

4.

O "Grupo AveirÍlhavo 2020" – gerado na "Plataforma Cidades" ("grupo de reflexão cívica) que visa o desenho da "cidade querida" (*1) -, considera que nas circunstâncias presentes é imperioso que nos juntemos para uma reflexão sobre esta comunidade alargada.

O que se visa é a descoberta de caminhos que ajudem a pensar modos e vias para identificar e superar omissões, para evitar rupturas e para melhorar a qualidade de vida nestes lugares, concebendo cenários exequíveis e sustentáveis de futuros que acolham os nossos sonhos colectivos.

O que se preconiza é o alargamento, o aprofundamento e a divulgação das reflexões que, a propósito da "cidade querida", um pequeno grupo de pessoas vem promovendo há alguns anos (*1).

Para tal (i) aprofunda-se a análise e debate com o envolvimento de detentores de informação, conhecimento e saber relevantes e de quem teve e tem capacidade de decidir; (ii) associa-se a comunicação social à divulgação, quer dos contributos especializados e outros, quer das conversas, debates e outras iniciativas centradas nalgumas das matérias que identificámos como estratégicas para os fins em vista; finalmente (iii) constitui-se um sítio onde tudo esteja acessível aos cidadãos.

Espera-se, com isso, colocar na agenda das pessoas e na de quem decide, aquilo que parece ser importante para um seu melhor desempenho cívico e profissional; espera-se, também, com tudo isto, suscitar alguma dinâmica de interesse e participação cívica que qualifique a nossa vida e o que com ela vamos fazendo por aqui.

5.

Assim, (i) ao longo de um mês far-se-á a publicação e debate, nos meios de comunicação (tradicionais e outros), dos contributos de diferentes olhares especializados e outros, sobre um determinado tema ou caso; depois, (ii) na primeira segunda-feira do mês seguinte, far-se-á a "conversa & debate _ síntese" sobre essa matéria deixando o resultado e tudo o mais em "sítio" da internet a tal dedicado.

Em documentos separados iremos dando conta dos temas e casos agendados, das parcerias e dos contributos assegurados e dos locais onde – alternadamente, em Aveiro e Ílhavo – irão decorrer as "conversa & debate _ síntese".

Comentários: plataformacidades@gmail.com